Jardim do Destino Circular
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Com o fim da transmissão do sinal analógico de televisão, muitos aparelhos analógicos de TV estão sendo substituídos por aparelhos digitais. Assim, é necessário entender a importância de reutilizar os materiais preciosos que estão dentro desses equipamentos. JARDIM DO DESTINO CIRCULAR é uma narrativa que deseja refletir sobre a importância do descarte correto do “lixo” eletrônico. O que sabemos é que o destino dos resíduos eletrônicos pode estar em um círculo de transformação e renascimento perpétuo: um ciclo de vida que todo ser humano é chamado a manter vivo, para ajudar a preservar o planeta saudável e habitável para o futuro. Aqui, o ato de descartar não é apenas se desfazer de um objeto, mas destiná-lo a novas metamorfoses. Composto por duas partes, “Infinito” e “Resíduos”, o “Jardim” pode ser visitado em dois espaços.
No espaço denominado “Infinito”, há um cordão umbilical que forma o símbolo do infinito, ao ligar – e “nutrir” – velhos televisores descartados. Assim como ocorre no interior do útero materno, onde o ciclo da vida acontece. No centro do símbolo é possível ouvir o som produzido por algumas máquinas de reciclagem em operação, com o intuito de proporcionar aos visitantes da instalação uma experiência sensorial e física desse processo acontecendo, e, ao mesmo tempo, direcioná-los para uma estrada quase que desconhecida. Algumas das telas expostas projetam imagens que mostram a vitalidade da vegetação. De dentro desses tubos de TV, nascem mudas, que o público é convidado a levar consigo, e, consequentemente, a romper com a linearidade que pode nos levar a um destino caótico.
“Resíduos”, por sua vez, constitui-se de diferentes partes de antigos televisores de tubo e de novos materiais originados no processo de reciclagem de TVs. Esses materiais e componentes apresentados recebem os mesmos cuidados que os objetos e artefatos artísticos: passam a ter os mesmos valores simbólicos e estéticos. “Resíduos” propõe o deslocamento de sentido e de função dos objetos expostos, que agora podem ser explorados de outras formas, dentro do processo dinâmico do “Jardim do Destino Circular”. Tem-se, assim, novas matérias-primas, que agora podem atender a diferentes demandas da vida cotidiana; o passado de um objeto/resíduo e a prospecção de um futuro diferente para o qual fora projetado. Dessa forma, somos convidados a olhar para o presente – a única fase do tempo em que as mudanças são possíveis.
Belo Horizonte / MG
Praça da Estação e Museu de Artes e Ofícios | 22 outubro a 8 de novembro de 2017
Diretora artística e curadora: Simona Luchian.
Assistente de arte: Luiza Alcântara.